10 de julho de 2009

Entrevista com Catherine Hardwicke

LOS ANGELES (Reuters Life!) – Com o surpreendente e esmagador hit de bilheteria do ano passado,”Twilight,” Catherine Hardwicke teve um dos maiores fins de semana de estréia da história dos EUA, $69.6 milhões, para uma diretora de um filme de Hollywood.

Entre seus projetos seguintes, ela foi escolhida para se reunir novamente com a estrela do seu “Os Reis de Dogtown”, Emile Hirsch, no que foi chamado de a versão sobrenatural de “Hamlet” em uma universidade de artes liberais. Está sendo desenvolvido por Overture Films.

Hardwicke, cujos outros filmes incluem o conto de chegada à adolescência “Aos Treze” e o drama bíblico “Jesus – A História do Nascimento” falou com Reuters sobre se conectar com adolescentes e a vida depois de “Twilight.”

P: Seus filmes anteriores eram centrados em vampiros, skatistas, figures bíblicas e estudantes. O denominador comum é que todos os personagens principais são adolescentes. Por que isso?

R: “É definitivamente um período extremamente memorável na vida de todo mundo, doloroso e excitante. É uma das épocas mais dramáticas, quando de repente crescem seios ou pelos em seu peito. Nós somos capazes de beijar um garoto e dirigir um carro, beber e descobrir quem somos enquanto pessoas e onde nós nos encaixamos no mundo. Ótimo material dramático acontece em uma história de chegada de adolescência e há tantas possibilidades. Além disso, adolescentes são as pessoas que realmente irão sair de seus sofás e ir ver um filme no cinema.”

P: Você obviamente tem um jeito para lidar com adolescentes.

R: “Eu respeito todos os adolescentes. Eu trabalho com e sinto que tudo que eles têm a dizer é tão importante quanto qualquer coisa que eu tenha a dizer. Meu primeiro filme foi escrito com uma menina de 13 anos (Nikki Reed em “Aos Treze”). Era sobre a vida dela então ela sabia mais sobre isso do que eu. Todo mundo pode nos ensinar algo.”

P: Você deve se tornar uma espécie de mãe substituta para eles, não?

R: “Bem, Nikki é como se fosse minha falsa filha adotada e também Sarah Blakely-Cartwright, que está em todos os meus filmes, em papéis menores. Quando elas eram adolescentes, elas andavam comigo, nós fazíamos festas do pijama e acampamentos de surf. Um dos meus sobrinhos vive comigo, no fundo de um dos meus apartamentos agora e minhas sobrinhas viviam lá também. Eu sempre digo, ‘Quem precisar de um lugar pode vir ficar comigo’. Eu gosto da política de portas abertas.

P: Você mesma é como uma criança grande?

R: “Eu espero que eu não tenha crescido. O cliché para todos os artistas é que você não quer perder aquela criança interna. Eu acho que quando você se torna sedentário e se acomoda nas suas manias, você pode perder muito daquela espontaneidade e criatividade. Eu espero que eu continue mantendo isso. Eu vivo em Venice (uma comunidade praiana em Los Angeles), eu surfo nos finais de semana, eu ando de bicicleta e tento estar em um mundo ativo, com pessoas de todas as idades e níveis econômicos ao meu redor.”

P: “Twilight” custou $37 milhões e fez quase $382 milhões ao redor do mundo. Você se sente pressionada a se superar?

R: “Eu não acredito que isso seja possível, e não acho que essa seja uma maneira saudável de pensar. “Twilight” foi um fenômeno – os astros se alinharam naquele filme. Graças à Deus (o diretor) Ridley Scott não parou depois de “Blade Runner.” Ele fez “Thelma and Louise” e “Gladiador” e um milhão de outros filmes interessantes. Eu ainda quero fazer outros filmes bons que não perderão dinheiro.”

P: Você segue algum processo no que se refere a desenvolver projetos?

R: “Eu literalmente pagarei a três leitores de Hollywood que não me conhecem para ler meus roteiros que estão no radar e fazerem comentários frios. E nas primeiras exibições eu dou questionários que podem ser preenchidos anonimamente, então as pessoas podem ser brutalmente honestas, porque na sua cara elas não serão. Eu levarei os papéis para casa, chorarei e dizer ‘Meu Deus, essa era a cena mais legal e todo mundo a odeia!’ Mas tudo bem, porque minha meta é sempre fazer algo melhor.”

P: Como as coisas mudaram para você desde “Twilight”?

R: “Nesse momento eu posso dizer em uma reunião: ‘Bem, foi assim que fizemos em ‘Twilight’ e foi assim que funcionou.’ E as pessoas irão, ‘Oh wow, aquele filme deu dinheiro.’ Eles me ouvem um pouco mais do que antes.”

Fonte: Twilighters

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